sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Precisamos falar sobre a Janela de Fionn...

Precisamos falar sobre a Janela de Fionn...

Por Osvaldo R Feres

A janela de Fionn (Fege Finn) é um diagrama encontrado no Livro de Ballymote, onde os feda são organizados em cinco círculos concêntricos.
Há muitas teorias modernas sobre o real significado desse diagrama, talvez a chave para esse enigma seja o próprio nome Fege Finn. A palavra Fege ou Feige pode significar tanto uma janela, quanto a cumeeira ou o poste central que sustentava a casa circular da idade do ferro, desta forma, o Fege Finn simboliza o telhado de uma casa celta. Em meditações druídicas a Janela de Fion funciona como um portal para outros mundos ou mesmo a representação simbólica da árvore do mundo por onde o druida escala para descobrir novos reinos.


Alguns estudiosos do ogham sugerem que a Janela de Fionn seja um mapa associado às províncias da Irlanda (há outros que o associam ao escudo do herói Fionn). No antigo texto Suidigud Tellaig Temra a Irlanda é assim dividia por Fintan “conhecimento no oeste, batalha no norte, prosperidade no leste, música no sul, realeza no centro”.
Apesar de não concordar completamente com essa teoria (que a Janela de Fionn é um mapa associado às províncias irlandesas), devo reconhecer que é muito interessante essa associação para fins oraculares, contudo, antes de qualquer associação às direções, vamos dar uma olhada nos antigos mapas da Irlanda.


Ortelius, Abraham, 1527-1598



Pelo que vimos, muitos mapas antigos da Irlanda eram orientados para o oeste e não para o norte, como é hoje. Sabemos que alguns mapas medievais europeus eram orientados para leste, direção do sol nascente, mas curiosamente os mapas irlandeses voltavam-se para o oeste e isso não é, para mim, um mero acaso. Como sabemos, muitos mitos irlandeses mencionam viagens e jornadas ao desconhecido oeste, local onde encontra-se o grande oceano pontilhado de ilhas sobrenaturais, morada das fadas e dos ancestrais. Se realmente associarmos as províncias irlandesas ao Fege Finn devemos, creio eu, respeitar essa orientação. Voltemos à Janela de Fionn…
Cada aicme é nomeado (e por extensão, regido) por um fid, desta forma, no alto temos o aicme Beith, a base e o fundamento de todos os outros feda; do lado esquerdo do diagrama está o aicme hÚath, os primeiros desafios, etc. Portanto:
  • O aicme Beith está associado ao oeste, como nos antigos mapas irlandeses, à província de Connacht e ao Conhecimento. Repare que o oeste é o local conhecido por ser a morada dos ancestrais e fadas, fonte de sabedoria e conhecimento. A primeira letra ogâmica criada foi um beith.
  • Do lado esquerdo da figura está o norte, associado à província de Ulster, descrito como o local das Batalhas e obstáculos, intimamente associado ao significado oracular do fid hÚath (medo, perigo), o regente do aicme de mesmo nome.
  • Abaixo encontra-se o aicme Muin e o leste, associado à Leinster e à Prosperidade. O significado oracular de Muin, regente do aicme do mesmo nome, é trabalho/esforço/sacrifício e, segundo minha interpretação, simboliza o caldeirão sacrificial da abundância (Santo Graal) fonte da prosperidade.
  • Finalmente, do lado direito da figura está o aicme Ailm e o sul, associado à Mulster e à Música. Ailm, regente do aicme de mesmo nome, simboliza o primeiro som que um recém-nascido emite, ou seja, a origem de todo som, música ou poesia.


Desta forma temos:
  • Oeste – Aicme Beith “bétula” (província Connacht, Conhecimento)
  • Norte – Aicme hÚath “medo” (província Ulster, Batalhas)
  • Leste – Aicme Muin “amor/pescoço” (província Leinster, Prosperidade)
  • Sul – Aicme Ailm “gemido” (província Munster, Música)

Na próxima postagem falarei sobre um possível método oracular com Fege Finn associado às províncias da Irlanda… até lá.

Osvaldo R Feres /|\

sábado, 10 de dezembro de 2016

Método dos 3 Mundos

Método dos 3 Mundos
Por Osvaldo R Feres

Como visto anteriormente, a cosmologia celta é composta por três “reinos” ou mundos (Terra, Mar e Céu). Para ver a relação entre Ogham e a cosmologia celta clique AQUI.
O número 3 tinha um especial valor pelos antigos celtas, comprovado pela abundância de triplicidades encontrados na arte, filosofia e espiritualidade desse povo.
Esse método, comum entre alguns druidas e reconstrucionistas, foi adaptado por mim, tornando a jogada mais dinâmica e intuitiva. A toalha oracular é divida em 3 círculos concêntricos com inscrições ogâmicas, como na figura abaixo.


  • Primeiro sorteia-se de 3 a 9 feda (há alguns vates que utilizam os 20 feda) da bolsa ou saco onde está guardado seu conjunto ogham, sem escolhê-los. Deve-se lançá-los de uma só vez sobre a toalha a partir do centro. A interpretação é feita de acordo com as posições dos feda sobre os círculos.
  • No círculo interno está escrito em ogham Talam, que significa “Terra” e representa tudo o que é concreto e objetivo, relaciona-se ao mundo físico como o corpo, a saúde, o trabalho, o sexo, o dinheiro, etc. Indica também o momento presente e as mensagens ou conselhos dos espíritos da natureza.
  • No próximo círculo está escrito Muir, ou seja, “Mar”, pois o mar envolve a terra. Representa todo os aspectos emocionais do consultante, como raiva, tristeza, medo e alegria. Indica também acontecimentos passados que estão influenciando a vida presente do consultante e mensagens ou conselhos dos ancestrais. Simboliza o subconsciente.
  • Por fim, no círculo externo está escrito Nem, isto é, “Céu”, que encobre os demais mundos. Representa toda influência espiritual na vida do consultante, como inspiração e conselhos divinos. Indica acontecimentos futuros e qual é o melhor caminho para a solução da questão exposta. Simboliza o inconsciente.
  • Os feda que caírem fora da toalha são descartados, mas costumo verificá-los e interpreto-os como influências externas.
  • Se um fid cair entre dois círculos, serão interpretados os dois aspectos oraculares.
  • Se um fid cair invertido ou inclinado o significado oracular não muda. Normalmente deixo que a intuição indique qual fid está vibrando seu aspecto inverso.

Osvaldo R Feres /|\

domingo, 16 de outubro de 2016

Forfeda: Significados Básicos

Forfeda: Significados Básicos 
por Osvaldo R Feres


fonte da imagem: Divine Ogham


Forfeda é um grupo de ditongos que foram adicionados posteriormente ao conjunto de 20 feda do Ogham original. Há poucas inscrições Ogham que apresentam os forfeda e acredita-se que nem todos eles eram originalmente ditongos.
Sabe-se que o forfid Iphín, por exemplo, era conhecido como Pin (de Pinus, pinheiro ou spina, espinho em latim) e era utilizado como equivalente à letra P do alfabeto latino, som desconhecido em irlandês antigo. Posteriormente esse forfid passou a ser descrito como o ditongo IO e para representar a letra P foi criado, pelos estudiosos medievais, uma nova letra, Peith. 
Os estudiosos medievais associaram cada forfid, assim como cada fid, a uma árvore ou arbusto, contudo, somente o forfid Iphín aparentemente tem origem em nome de árvore, no caso, pinheiro ou espinheiro.
Como dito, os forfeda aparecem poucas vezes em inscrições Ogham, com exceção do forfid Éabhadh ou Ebad, que foi utilizado para expressar a letra K, referente à palavra Koi. Segundo McManus, essa expressão significa algo como “aqui jaz” e é o equivalente ogâmico da expressão latina Hic Iacit.
Robert Graves, em seu livro Crane Bag and Other Disputed Subjects, relaciona cada forfid a um objeto encontrado dentro da Bolsa de Garça, uma bolsa fantástica pertencente ao deus dos mares Manannan Mac Lir. Colin e Liz Murray, aparentemente, influenciados por Graves, desenvolveram os significados oraculares dos forfeda de acordo com a teoria da bolsa de garça.
Alguns dos significados de Colin e Liz Murray me parecem um tanto que estranhos, por exemplo, no livro The Celtic Tree Oracle, o primeiro forfid, Éabhadh, é citado como Koad, o bosque. Não faço ideia qual fonte foi consultada para chegar em tal significado, provavelmente seja uma referência à letra K, como descrito anteriormente.  Alguns acreditam que seja uma tentativa de Colin e Liz em resolver o enigma da bolsa de garça, mas, ainda assim, não está claro qual a fonte dos significados para os forfeda no livro dos Murray.
Como de costume, para chegar aos significados oraculares dos forfeda, me baseio nas palavras ogham encontradas no Tratado de Ogham e no Auraicept na n-Éces, também tenho como referência o livro Ogam: Weaving Word Wisdom de Erynn Rowan Laurie, mas não descarto totalmente as contribuições de Robert Graves, Liz e Colin Murray, e John e Caitlin Matthews.
Como os forfeda foram adicionados ao Ogham posteriormente, há muitos vates, inclusive eu, que não os utilizam para fins oraculares, pelo menos não como varetas, mas sim desenhados em toalhas. Contudo, há muitas pessoas que os utilizam em conjunto com os demais feda, desta forma, resolvi compartilhar os significados oraculares básicos de cada forfid e uma pequena explicação. Para ver os significados básicos de cada fid do Ogham clique Aqui.

Ébhadh:
Álamo 
Ditongo: EA
Tradução: Desconhecido, talvez Salmão
Bolsa de Garça: Tesouras do rei da Escócia
Significados: Sabedoria, longevidade e ancestralidade.
Palavra Ogham de Con Culainn: caínem éco “mais formoso dos peixes”
Talvez a tradução da origem do nome desse forfid seja “Salmão” e isso fica evidente na palavra ogham, referindo-se a ele como o mais belo dos peixes. O Salmão é considerado um símbolo de sabedoria e longevidade entre os celtas.

Oir:
Hera ou Evônimo Europeu
Ditongo: OI
Tradução: Ouro
Bolsa de Garça: Elmo do rei de Lochlainn
Significados: Beleza, riqueza e reconhecimento.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: lí crotha “esplendor da forma”
A origem da palavra significa Ouro, o mais nobre dos metais, símbolo de riqueza e beleza. Seu formato lembra um fuso, como vimos, o fuso representa o estabelecer da paz.

Uilleann:
Madressilva
Ditongo: UI
Tradução: Cotovelo
Bolsa de Garça: Gancho de ferreiro de Goibniu
Significados: Transição, flexibilidade e ciclicidade
Palavra Ogham de Maic ind Óc: cubat oll “grande cotovelo”
Esse forfid assemelha-se a uma espiral, símbolo de movimento e mudança. A origem de seu nome significa cotovelo e denota flexibilidade.

Pin ou Iphín:
Groselha ou Espinheiro
Ditongo: IO (originalmente correspondia à letra P)
Tradução: Espinho ou Mel
Bolsa de Garça: Ossos do porco de Assal
Significados: Alegria, ternura e conforto
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: milsem fedo “mais doce das árvores”
Este forfid está relacionado ao mel, portanto, à doçura e alegria que há em nossas vidas.

Eamhancholl:
Faia
Ditongo: AE (originalmente correspondia às letras CH ou X)
Tradução: Gêmeo da Aveleira
Bolsa de Garça: Camisa de Manannan
Significados: doença, lamento e aflição
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: lúad sáethaig “gemido de uma pessoa doente”

A palavra ogham refere-se a uma pessoa fraca ou doente, que se expressa através de gemidos de dor. “Gêmeo da Aveleira” remete ao formato da letra.

Osvaldo R Feres /|\

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Significados Básicos Inversos do Ogham

Significados Básicos Inversos do Ogham 
por Osvaldo R Feres

Imagem: imgrum @ogham.ru 

Todos os feda possuem aspectos positivos e negativos, ou melhor, todos nos proporcionam dádivas e desafios, portanto, é importante analisar cada fid e seus múltiplos significados oraculares. Particularmente não utilizo fid invertida em minhas jogadas, mas, dependendo do método, utilizo o significado inverso para elucidar e demonstrar ao consulente quais os desafios a serem superados.
Veja que nem todos os significados inversos são negativos, por exemplo, Beith inverso nos demonstra que o consulente precisa arriscar-se mais para atingir seus objetivos, claro que isso implica momentos de dor e provações, um processo inevitável para quem busca novos caminhos e purificação.
Para ver os significados básicos clique Aqui.

Segue abaixo os significados básicos invertidos de cada fid:

Beith
Bétula
Tradução: Bétula
Significado Inverso: Sofrimento, provações e riscos.

Luis
Sorveira-brava
Tradução: Chama/Erva
Significado Inverso: Estagnação financeira, ataques e cegueira psíquica.

Fearn
Amieiro
Tradução: Amieiro
Significado Inverso: Solidão, depressão e paralisação.

Sail
Salgueiro
Tradução: Salgueiro
Significado Inverso: Contaminação, embriaguez e finalização.

Nion
Freixo
Tradução: Forquilha
Significado Inverso: Intriga, desentendimentos e fofoca.

hÚath
Espinheiro-alvar
Tradução: Horror/Medo
Significado Inverso: Coragem, honra e trabalho em equipe.

Duir
Carvalho
Tradução: Carvalho
Significado Inverso: Dúvida, injustiça e instabilidade.

Tinne
Azevinho
Tradução: Lingote
Significado Inverso: Estafa, inaptidão e grosseria.

Coll
Aveleira
Tradução: Aveleira
Significado Inverso: Ignorância, falta de orientação e ceticismo.

Quert
Macieira
Tradução: Farrapo/Arbusto
Significado Inverso: Abrigo, reflexão e proteção.

Muin
Videira
Tradução: Amor/Pescoço
Significado Inverso: Apego, preguiça e egoísmo.

Gort
Hera
Tradução: Jardim/Campo
Significado Inverso: Perdas, tempo de maturação e enfraquecimento.

nGétal
Junco
Tradução: Ferir/Perfurar
Significado Inverso: Doenças, ferimentos e drogas.

Straif
Espinheiro-negro
Tradução: Enxofre
Significado Inverso: Revelação, solução e energia.

Ruis
Sabugueiro
Tradução: Vermelhidão
Significado Inverso: Calma, serenidade e esmorecimento.

Ailm
Abeto ou Pinheiro
Tradução: Desconhecido/Talvez Gemido
Significado Inverso: Morte, consumação e término.

Onn
Tojo
Tradução: Freixo
Significado Inverso: Atrasos, estagnação e tédio.

Ur
Urze
Tradução: Terra/Solo/Argila
Significado Inverso: Crescimento, esperança e regeneração.

Edad
Álamo-tremedor
Tradução: Desconhecido
Significado Inverso: Traição, falsidade e separação.

Idad
Teixo
Tradução: Desconhecido/Talvez Teixo
Significado Inverso: Esquecimento, ingratidão e desrespeito.



Osvaldo R Feres /|\  

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A Canção de Amergin por Osvaldo R Feres

A Canção de Amergin 

(Tradução e adaptação poética por Osvaldo R Feres)



Sou a brisa sobre o mar.
Sou uma vaga no âmago do mar
Sou o fragor da vaga a espumar,
Sou o cervo de sete galhadas,
Sou a águia na rocha escarpada,
Sou o olho do sol brioso,
Sou o silvedo glorioso,
Sou o javali furioso,
Sou o salmão sapiente,
Sou a água fluente,
Sou o erudito eloquente,
Sou a longa lança certeira,
Sou a divina inspiração lumeeira.
Quem traz a inspiração ardente no topo da colina?
Quem conhece o lugar onde o sol se esconde entre a neblina?
Quem sabe os mistérios das eras lunares?
Quem sabe os lugares dos descansos solares?
Quem clama para que o rebanho volte para sua morada?
Quem é o deus que deu a vida, a vitória e a brisa abençoada?
Quem é que tem a sabedoria druídica?
Sou eu que detenho a sabedoria adormecida.

Osvaldo R Feres /|\

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Dados Ogâmicos


Dados Ogâmicos
Há alguns anos vi em um site alguns dados ogâmicos para vender (veja aqui) e fiquei intrigado. Como funcionam tais dados em uma consulta oracular? No site não há nenhuma informação de como utilizá-los. 
Segundo o site Spirit of Old, esses dados (ou varetas, há as duas versões) foram inspirados em uma passagem da mitologia celta conhecida como Tochmarc Étaíne (Cortejo de Etain) em que o druida Dalan faz quatro varinhas de teixo, grava letras ogâmicas nelas e as utiliza para adivinhação.
Assim sendo, resolvi fazer os meus próprios dados e testá-los como oráculo e eis que descubro que são ótimos para respostas rápidas!

Método
Você pode criar seus próprios dados, feitos de qualquer material ou comprá-los no site citado. Cada dado deve ter cinco lados e cada um terá um aicme gravado nele, um fid em cada lado, como na imagem.
Para utilizá-los é simples, basta fazer a pergunta, lançá-los sobre uma superfície plana e lê-los da esquerda para a direita.
Digamos que a pergunta refere-se à questão financeira, o consulente quer saber se deve investir em um negócio. Os dados foram lançados e o resultado foi Edad, Straif, Quert e Luis. A partir das palavras-chave (veja aqui as palavras-chave do Ogham) é elaborado uma pequena frase/resposta, por exemplo: Edad = União, Straif = Perigo, Quert = Perdas e Luis = Dinheiro, isto posto, a frase ficaria mais ou menos assim: “Cuidado com associações (contratos ou acordos) duvidosos (ilícitos), pois, você perderá muito dinheiro”. Perceba que o Ogham age como um conselheiro.
Se a mesma combinação saísse para uma questão amorosa, o sentido da frase mudaria, por exemplo: “Seu parceiro(a) sente-se inseguro (há dúvidas sobre seu amor) e busca refúgio em questões financeiras”. Neste caso, há diversas interpretações, por exemplo, Edad significa não somente uniões e amizade, mas também o próprio parceiro(a) da(o) consulente e se somado ao fid Straif pode indicar uma traição, Quert fala de uma fuga (esconder-se) e Luis de visão, em outras palavras, “ele está te traindo e não quer mais te ver!”… é claro que a ética não permitiria que eu dissesse isso para a(o) consulente, pelo menos não desta forma!
Lembre-se, o Ogham é um conselheiro! Ele não resolverá seus problemas, apenas indicará os possíveis caminhos para a solução.

Ir além
A primeira coisa que me incomodou com esse método foi a forma limitada de combinações, isto é, letras do mesmo grupo nunca serão combinadas na mesma jogada. Será? Depois de estudar muito percebi que apesar dessa limitação aparente nunca fiquei sem as respostas necessárias para minhas questões. Para entender como os dados funcionam (assim como qualquer outro oráculo) é preciso compreender o conceito junguiano de sincronicidade, não vou entrar em detalhes, pois é um conceito muito complexo para explicar em poucas palavras.
De qualquer forma, os dados não são tão limitados como parecem, porque é possível lançá-los novamente em caso de dúvidas, somando os feda do primeiro lançamento com os do segundo. Confie na sua intuição, ela te guiará quando for necessário lançar novamente um ou mais dados em uma consulta. Devo ressaltar que esses dados são perfeitos para respostas rápidas! Para uma consulta mais profunda, recomendo que utilizem o conjunto ogham completo, até que estejam familiarizados com o oráculo.

Osvaldo R Feres /|\

Ogham e a cosmologia celta

Ogham e a cosmologia celta por Osvaldo R Feres


Cosmologia Celta
Acredita-se que os celtas concebiam o mundo de forma tripartida, ou seja, céu, terra e mar. Esse sistema tríplice aparece em diversos contos mitológicos e históricos, citados principalmente em juramentos, descrevendo a fúria da natureza e o temor que os homens possuíam do “céu caindo sobre suas cabeças, o mar subindo de sua margem e a terra se abrindo aos seus pés”.
Esses três reinos são mantidos em seus lugares, equilibrados, graças à Árvore do Mundo ou Bile, que os sustenta em um eixo vertical. A bile “árvore sagrada” é também citada como uma árvore de pedra no folclore irlandês, a Cloch a Bhíle “a pedra da árvore” é descrita como uma árvore de pedra que cresce no fundo de um lago e é sagrada para a deusa Aine e seu filho Gearoid Iarla que a escalavam para acessar o Outro Mundo1, desta forma, entendemos que a bile poderia ser tanto uma árvore, sagrada para uma determinada tribo ou uma pedra erguida, que assumia o papel de pilar do mundo. Na mitologia galesa a correspondente da bile gaélica talvez seja a Árvore verde e incandescente, descrita como a divisora entre o mundo dos mortais e o mundo dos imortais, de um lado sempre verde e florida e do outro sempre em chamas.
Devo ressaltar, contudo, que não há na mitologia celta nada parecido com a Yggdrasil nórdica em evidencia. Baseando-se no folclore e nos mitos, supõem-se que os celtas, assim como os nórdicos e eslavos, compreendiam o eixo do mundo como uma árvore ou pilar, o que é provado pelo conceito de bile, a árvore sagrada que ocupava um papel central nas tradições da tribo.

Cloch a Bhíle por Osvaldo R Feres

Minha interpretação da cosmologia celta
Assim como descrito, para mim, a cosmologia celta é tripartida, entretanto, diferente da popular divisão em céu, terra e mar, creio que haja um eixo vertical, representado normalmente por uma árvore sagrada (bile) ou pedra erguida (raramente uma montanha) que liga o céu, a terra e o submundo, e um eixo horizontal que divide a terra em quatro direções com o mar ao seu redor (o oceano que cerca a terra é tema comum em várias cosmologias indo-europeias (grega, eslava, nórdica e iraniana). Compreendo o mar, neste caso, como uma extensão da terra no eixo horizontal, enquanto o submundo ficaria em seu devido lugar, abaixo da terra no eixo vertical.
Segundo o Rev. John Adelmann (John fox Adelmann) da ADF o paraíso celta tem pouca ligação com o submundo ou o mundo subterrâneo, ele é identificado no plano horizontal, ao redor do centro e não abaixo. Este paraíso celta é fortemente associado ao mar2
Isto posto, a divisão cosmológica celta, segundo minha interpretação, ficaria assim:

Cosmologia Celta por Osvaldo R Feres

No centro, como eixo do mundo, está a bile, que liga todos os reinos.
Na copa da árvore encontra-se o Mundo Superior, conhecido como Albios3 na mitologia gaulesa, morada dos deuses celestiais, os que controlam o clima, a chuva e os ventos. Também é onde estão os corpos celestes, ou seja, os planetas, as estrelas, o Sol e a Lua (o Sol e a Lua não estão fixos na copa da Árvore, mas movimentam-se pelos mundos). Creio também que o mundo superior é habitado por deuses primordiais, muitas vezes hostis aos humanos, descritos como gingantes em estatura e poder, os habitantes das montanhas.
No centro da Árvore, em seu tronco, encontra-se o Mundo Médio, morada de todos os seres vivos, humanos, animais, vegetais e outros. Aqui está o nosso mundo, repleto de vida e espíritos da natureza, além dos deuses civilizatórios e selvagens. Ao redor do Mundo Médio encontra-se o oceano no eixo horizontal, cheio de ilhas e além da nona onda (fronteira entre os mundos) estão as Ilhas do Outro Mundo, onde as almas de guerreiros e heróis continuam a viver. Para os celtas, o submundo é a morada dos mortos, algo comum nos mitos indo-europeus, contudo, o oeste, lugar onde o sol se põe, é tradicionalmente a direção a qual as almas dos heróis mortos se dirigem, acompanhando o sol além-mar.
As principais Ilhas do Outro Mundo na mitologia gaélica são:
  • Tech Duinn: A Casa de Donn. Ilha para onde as almas dos mortos viajavam, aguardando a próxima reencarnação. Donn é um deus dos mortos, descrito como o ancestral dos gaélicos.
  • Tír na nÓg: Terra do Jovem ou Terra da Juventude. Descrita como uma terra de eterna juventude, onde não há doença ou velhice e é frequentemente visitada por heróis em Immram.
  • Tír na mBan: Terra das Mulheres. Terra paradisíaca habitada por mulheres fadas, visitada por Bran mac Febail e Máel Dúin.
  • Mag Mell: Planície da Alegria. Morada de heróis e ocasionalmente visitada por aventureiros.
  • Hy-Brasil: Ilha encantada a oeste, no Oceano Atlântico. Descrita como uma ilha fantasma que vaga pelo oceano envolta em brumas.
  • Emain Ablach: Ilha(?) das Maçãs. É o reino paradisíaco do deus do mar Manannán Mac Lir. Seu equivalente galês é Ynys Afallach e na mitologia medieval ficou conhecida como Insula Avalonsis ou Avalon, a ilha para onde foi levado o corpo moribundo do rei Arthur.
Talvez algumas ilhas tenham nomes distintos para um mesmo local no Outro Mundo.
No centro do Mundo Médio está um Sídhe, um monte fada, passagem para o Submundo. Abaixo, nas raízes da Árvore, está o Submundo, reino dos ancestrais, fadas e deuses ctônicos. Este local, descrito como a morada dos Tuatha Dé Danann , deuses ancestrais, compartilha com as ilhas do Outro Mundo, como o local de descanso dos mortos, conhecido na mitologia galesa como Annwn, o Submundo, morada de todos os que morreram de forma natural, acidente ou doença. No centro do Submundo está o Poço de Segais, fonte de todo conhecimento e sabedoria, cercado pelas nove aveleiras sagradas.

O Ogham e a cosmologia celta
Mas afinal, onde o ogham se encaixa na cosmologia celta?
Segundo Michael Kelly em seu livro The Book of Ogham, o diagrama conhecido como Janela de Fion é a representação da Árvore do Mundo celta. Como vimos, a cosmologia celta é composta por 3 mundos, o Mundo Médio onde vivemos, o Submundo e o Mundo Superior, esses mundos, por sua vez, são divididos em 4 direções ou províncias. O primeiro anel da Janela de Fion, composto pelos primeiros feda de cada aicme, ou seja, Beith, hÚath, Muin e Ailm, indicam as quatro direções do Submundo, o anel seguinte, composto pelas segundas letras de cada grupo seriam os 4 caminhos que ligam o Mundo Médio ao Submundo. O terceiro anel é formado pelas 4 direções do Mundo Médio e o quarto anel são os 4 caminhos que ligam o Mundo Médio ao Mundo Superior e finalmente, o quinto e último anel são as 4 direções do Mundo Superior. O eixo central não é um caminho, mas sim o meio pelo qual a energia flui entre os mundos.

Cosmologia celta e ogham por Osvaldo R Feres

Para Erynn Rowan a Janela de Fionn (Féige Find ou Fege Find) também é a representação do eixo do mundo, que liga os 3 reinos, contudo, Erynn propõe que a Janela de Fion foi colocada na cumeeira da casa celta da idade do ferro, no centro está o poste que sustenta o telhado e os feda compõe as hastes ao redor. Curiosamente as casas celtas da idade do ferro não haviam janelas, mas um buraco na cumeeira, por onde passava a fumaça da fogueira que ficava no centro da casa. Os feda seriam como estrelas que giram ao redor da árvore do mundo ou da estrela polar.

Telhado de uma casa celta disponível em: Resources for History

Ainda sobre a Janela de Fionn, Erynn Rowan afirma que aparentemente a Féige Find não tem ligações com as direções cardeais da tradição esotérica ocidental ou com a divisão da Irlanda em províncias (para cada província há uma qualidade ou característica atribuída como batalha ao norte, prosperidade ao leste, música ao sul e aprendizagem ao oeste) ou mesmo com os 4 tesouros dos Tuatha Dé Danann (o Caldeirão do Dagda, a Laça de Lug, a Espada de Núadha e a Pedra de Fál)

Janela de Fionn

Em Scéla Éogain ocus Cormaic assim é descrito o nascimento de Cormac Mac Art4
“Quando Cormac nasceu, o druida ferreiro Olc Aiche colocou sobre ele cinco anéis de proteção, contra assassinato, afogamento, fogo, feitiçaria, lobos, contra todo o mal.”
Supõe-se que esses cinco anéis ou marcas, citados acima, fossem a representação da Janela de Fionn e, desta forma, foi utilizado em rituais mágicos, entretanto, não há dados suficientes que sustente tal afirmação.
A melhor forma de trabalhar com a Janela de Fion é meditar sobre cada anel, como se fossem portais ou caminhos que ligam os reinos pela Árvore do Mundo. Uma boa forma de fazer essa meditação é através de “jornadas espirituais”, partindo do centro para as quatro direções e depois para cima ou para baixo, utilizando os feda como caminhos a serem explorados, que ligam reinos distantes.

Referências bibliográficas:
BARROS, Maria Nazareth Alvim de. Uma luz sobre Avalon, celtas & druidas. Editora Mercuryo, 1994.
GRAVES, Robert. A Deusa Branca: Uma gramática histórica do Mito Poético. Editora Bertrand Brasil, 2003.
KELLY, Michael. The Book of Ogham. Ebook edition: CreateSpace Independent Publishing Platform, 2014.
KONDRATIEV, Alexei. Rituales Celtas. Editorial Kier, 2001.
LAURIE, Erynn Rowan. Ogam: Weaving Word Wisdom. Megalithica Books, 2007.
MATSON, Gienna; ROBERTS, Jeremy. Celtic Mythology A to Z. Chelsea House, 2010.
MATTHEWS, John. Xamanismo Celta. Hi-Brasil Editora, 2002.
MONAGHAN, Patricia. The Encyclopedia of Celtic Mythology and Folkore. Facts On File, 2004.
MUELLER, Mickie. Voice of the Trees. Llewellyn Publications, 2011.
MURRAY, Liz e Colin. The Celtic Tree Oracle, a system of divination. Connections Book Publishing, 2014.
SQUIRE, Charles. Mitos e Lendas Celtas. Editora Record, 2003.



Osvaldo R Feres /|\  

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Significados Básicos do Ogham

Significados Básicos do Ogham 
por Osvaldo R Feres


fonte da imagem: Ancient Origins

A minha principal fonte de inspiração para o desenvolvimento dos significados oraculares do Ogham foi o livro Ogam:Weaving Word Wisdom de Erynn Rowan Laurie. Este livro me serviu como uma porta, onde pude adquirir outra percepção dos significados oraculares, contudo, não o sigo como único caminho! A partir do trabalho da Erynn somado aos meus conhecimentos sobre mitologia celta, desenvolvi minha própria forma de interpretação. Não descarto completamente a contribuição de Robert Graves e seus “sucessores” Colin e Liz Murray.
Enquanto Erynn Rowan baseia-se, principalmente, em seus estudos reconstrucionistas, buscando os significados a partir da origem dos nomes das letras, somados às palavras ogham, encontradas em manuscritos medievais, Colin e Liz, fundamentam-se nas tradições folclóricas das árvores associadas às letras (muitas vezes, quando depararam-se com lacunas, o casal Murray, valeram-se de fontes folclóricas não célticas para chegar ao significado oracular dos feda, um exemplo é a letra Nuin, que eles a associaram à árvore do mundo nórdica Ygdrasill, fugindo da tradição celta). Colin e Liz também se basearam no livro de Robert Graves, A Deusa Branca e em seu suposto (e desacreditado) calendário celta das árvores.
Não me limito somente à tradição arbórea do ogham, busco agregar conhecimento estudando as palavras ogham, suas correlações encontradas em textos medievais, como O Tratado de Ogham, a tradução original dos nomes das letras e passagens míticas e folclóricas que me remetam aos significados oraculares de cada fid.
Segue abaixo os significados básicos segundo minha interpretação e um breve comentário da fonte que usei para chegar em tais resultados. (Os forfeda serão tema para outra postagem)


Beith
Bétula
Tradução: Bétula
Significados: Purificação, renovação e recomeço.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: glaisem cnis “a mais prateada das peles”
Está ligada à cor branca, considerada a cor da pureza.

Luis
Sorveira-brava
Tradução: Chama/Erva
Significados: Prosperidade, visão e sustento.
Palavra Ogham de Con Culainn: lúth cethrae “sustento do gado”
O gado era um símbolo celta de prosperidade e alimento.

Fearn
Amieiro
Tradução: Amieiro
Significados: Proteção, guardar e isolamento.
Palavra Ogham de Con Culainn: dín cridi “proteção do coração”
A madeira de amieiro foi utilizada na confecção de escudos pelos celtas.

Sail
Salgueiro
Tradução: Salgueiro
Significados: Intuição, soberania e intoxicação.
Palavra Ogham de Con Culainn: tosach mela “princípio do mel”
O hidromel é uma das bebidas oferecida pela deusa da Soberania da terra. Árvore ligada à água.

Nion
Freixo
Tradução: Forquilha
Significados: Feminilidade, união e paz.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: bág ban “orgulho das mulheres”
Essa letra está associada ao ato de tecer, trabalho tradicionalmente atribuído às mulheres. A forquilha sustenta o tear.

hÚath
Espinheiro-alvar
Tradução: Horror/Medo
Significados: Obstáculo, medo e bloqueio.
Palavra Ogham de Con Culainn: ansam aidche “mais difícil à noite”
Seu nome originalmente significa terror ou medo.

Duir
Carvalho
Tradução: Carvalho
Significados: Força, estabilidade e habilidade.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: ardam dosae “árvore mais alta”
Considerada uma das mais altas árvores, símbolo de força.

Tinne
Azevinho
Tradução: Lingote
Significados: Criatividade, inteligência e tecnologia.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: smiur gúaile “tutano de carvão”
Originalmente seu nome significa lingote de ferro, relacionado ao trabalho do ferreiro, um dos mais nobres oficios celtas.

Coll
Aveleira
Tradução: Aveleira
Significados: Sabedoria, conhecimento e inspiração.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: caíniu fedaib “mais bela árvore”
Árvore tradicionalmente ligada ao mito do poço de Segais, fonte de conhecimento e sabedoria.

Quert
Macieira
Tradução: Farrapo/Arbusto
Significados: Perdas, incompreensão e esconderijo.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: clithar baiscill “abrigo de um louco”
Originalmente seu nome significa farrapo ou arbusto e denota pobreza. A palavra ogham refere-se ao esconderijo de um louco ou de uma corça. A corça era considerada uma mensageira do outro mundo e o louco era a pessoa inspirada pelos deuses, mas incompreendida pelos mortais.

Muin
Videira
Tradução: Amor/Pescoço
Significados: Comunicação, sacrifício e trabalho.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: tressam fedmae “mais forte no esforço”
Originalmente o nome dessa letra significa pescoço ou a parte posterior das costas, uma referência ao jugo que o boi deve suportar e também como o caminho pela qual a voz percorre, ou seja, o pescoço.

Gort
Hera
Tradução: Jardim/Campo
Significados: Crescimento, colheita e abundância.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: ined erc “bom lugar para vacas”
As vacas simbolizam fertilidade e abundância. O nome dessa letra significa campo ou jardim, outro símbolo de abundância.

nGétal
Junco
Tradução: Ferir/Perfurar
Significados: Saúde, regeneração e solução.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: étiud midach “vestes de médicos”
Seu nome significa ferir ou perfurar, talvez uma referência ao procedimento médico da sangria como tratamento de doenças.

Straif
Espinheiro-negro
Tradução: Enxofre
Significados: Mistério, magia e perigo.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: mórad rún “aumento dos segredos”
A origem da palavra significa enxofre e essa letra está ligada, talvez, aos segredos mágicos e alquímicos, segundo Erynn Rowan.

Ruis
Sabugueiro
Tradução: Vermelhidão
Significados: Raiva, vergonha e impulsividade.
Palavra Ogham de Con Culainn: bruth fergae “brilho da raiva”
Seu nome significa vermelhidão, a cor da raiva, da vergonha, do sexo e do sangue.

Ailm
Abeto ou Pinheiro
Tradução: Desconhecido/Talvez Gemido
Significados: Nascimento, gestação e iniciação.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: tosach frecrai “início da resposta”
Representa o primeiro som que um bebê emite ao nascer, ou seja, Ah.

Onn
Tojo
Tradução: Freixo
Significados: Caminhos, mudança e viagem.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: congnaid ech “feridor de cavalos”
A palavra ogham refere-se ao chicote utilizado para açoitar cavalos, fazendo com que corram. No Tratado de Ogham essa letra está associada às rodas da carruagem.

Ur
Urze
Tradução: Terra/Solo/Argila
Significados: Morte, conclusão e o corpo físico.
Palavra Ogham de Con Culainn: forbbaid ambí “mortalha do sem vida”
Seu nome significa terra, argila ou solo e está relacionado à sepultura. Tem ligação também a tudo que cresce sobre a terra, como as plantas. 

Edad
Álamo-tremedor
Tradução: Desconhecido
Significados: Amizade, relacionamento e discernimento.
Palavra Ogham de Con Culainn: bráthair bethi “irmão da bétula”
Irmão da bétula” talvez seja uma referência à semelhança entre a bétula e o álamo ou ao cogumelo amanita muscaria que nasce nos troncos de bétula (segundo Erynn Rowan), denotando proximidade e intimidade.

Idad
Teixo
Tradução: Desconhecido/Talvez Teixo
Significados: Experiência, tradição e idade.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: sinem fedo “mais antiga das árvores”
A última letra ogâmica está relacionada à idade e velhice.

Osvaldo R Feres /|\